Interpretação!
Amável Diário, o amor é um sentimento ou uma doença?
Há poucos dias, terminei de ler (pela milésima vez) "Romeu e Julieta", de Shakespeare. Acho cômico como Shakespeare via o amor como loucura ou até mesmo uma doença degenerativa que ataca todo o sistema imunológico, nervoso e mental. Enquanto isso, nós o vemos como uma dádiva, algo celestial, divino. Quem nunca idealizou um Romeu para a sua vida? Adoramos esse amor platônico. Em nossa visão, o amor tem de ser platônico, ou então é paixão, desejo, tesão... tudo menos amor! O amor é o único sentimento que não conseguimos expressar assim que o sentimos, por isso há tantas músicas, filmes e contos sobre esse tema. Para Cazuza, o amor é exagerado; em Titanic, Jack prefere se sacrificar a ver sua amada morta; e em Branca de Neve, o amor é salvador e heroico. Com essas obras, podemos definir o que é o amor para a maioria de nós: exagerado, sacrifício, heroico.
O amor, para mim, é simples. Na verdade, amar alguém deveria ser algo simples. Acho dramático como as músicas, os filmes e os contos retratam o amor. Amar alguém não significa que você morreria por ela ou a salvaria; isto é, não é preciso de exagero para dizer que ama alguém. O amor se mostra nos detalhes. É com uma pergunta simples, como "como foi seu dia?" depois de um longo dia de CLT, uma carta feita à mão verbalizando o quanto ama seu amor, ou um jantar à luz de velas feito por você para seu amor... Para mim, isso é a definição de amar alguém. É a importância que damos à pessoa amada.
Entretanto, entendo que o amor, por ser um sentimento tão profundo e amplo, tem definições relativas; afinal, cada pessoa o sente e o transmite à sua maneira. Mas e se talvez Shakespeare nunca estivesse errado sobre esse amor idealizado?
Diário, o amor é simples ou um buraco negro que o consome?
