Amo Morrer.
A morte é, para os que ficam, o início de uma dor, para os que partiram, a inexistência do temor.
Meu medo é que ela não seja o fim, mas a essência de um ser em outro jardim.
O resplandecer da vida é dado pela sombra da morte.
Risos ecoaram, choros se foram, músicas entoadas, danças eternas, touro forte, mesmo ele, a morte o desferra.
Estrelas no céu, serão almas que cruzaram a Terra?
Milhares nascem, outros se vão… Qual o sentido de sermos descartáveis? Perdidos na dança da criação?
E agora? Estamos vivos, mas o que fazemos com essa luz?
Engenharia é o curso do fazer, mas quem ensina a morrer?
Sapato, papel e quadro. Não retêm a vida, mas nem por isso são sombras esquecidas.
Perto ela está, mas quando estamos distantes? Enquanto sigo, ela me acompanha, constante.
Rico não sou, mas ela não se importa com bens. Apenas deseja tirar-nos o que é mais além.
Agora percebo que a morte existe para que a vida brilhe, mas pena que esse papel é tecido de dor!
E no entrelaçar de risos e lágrimas, encontramos o verdadeiro amor.
